O preço médio do diesel S-10, mais comercializado do Brasil, subiu 1,79% nos postos do país na segunda semana de agosto ante a anterior, enquanto os da gasolina subiram levemente e os do etanol recuaram, apontou nesta segunda-feira levantamento da ValeCard, especializada em soluções de gestão de frotas. O diesel S-10 registrou uma média de 5,337 o litro entre 7 e 13 de agosto, ante a semana anterior (31 de julho e 6 de agosto), segundo o estudo.
A alta acontece em momento em que o mercado aponta restrições nas entregas de combustíveis em algumas bases de distribuição para os postos, diante de impactos da estratégia comercial da Petrobras (BVMF:PETR4), que tem mantido preços abaixo dos praticados no mercado internacional. O movimento da petroleira estaria desestimulando a importação por terceiros.
A Fecombustíveis, federação que representa cerca de 40 mil postos de combustíveis no país, reiterou nesta segunda-feira em nota que não há desabastecimento de diesel e gasolina no país, e sim uma restrição de produtos. A federação ressaltou ainda que a janela da importação pode fechar em determinados períodos, eventualmente causando diminuição de produto disponível no país.
Além disso, a Petrobras anunciou nesta terça-feira (15) um aumento nos preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras, válido a partir desta quarta-feira (16). O litro da gasolina terá uma alta de R$ 0,41, chegando a R$ 2,93. O litro do diesel vai subir R$ 0,78, passando a R$ 3,80. Em maio deste ano, a Petrobras anunciou uma nova política de preços que determinava o fim da política de paridade de importação (PPI). A nova estratégia comercial busca incorporar “parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras”.
Veja a nota da Petrobrás na íntegra:
“A partir de amanhã (16/08), a Petrobras aumentará em R$ 0,41 por litro o seu preço médio de venda de gasolina A para as distribuidoras, que passará a ser de R$ 2,93 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,14 a cada litro vendido na bomba.
No ano, a variação acumulada do preço de venda de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras é uma redução de R$ 0,15 por litro.
Para o diesel, a Petrobras aumentará em R$ 0,78 por litro o seu preço médio de venda de diesel A para as distribuidoras, que passará a ser de R$ 3,80 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,34 a cada litro vendido na bomba.
No ano, a variação acumulada do preço de venda de diesel A da Petrobras para as distribuidoras é uma redução de R$ 0,69 por litro.
Destaca-se que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda.
Importante esclarecer que a implementação da estratégia comercial, em substituição à política de preços anterior, incorporou parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na sua precificação. Em um primeiro momento, isso permitiu que a empresa reduzisse seus preços de gasolina e diesel e, nas últimas semanas, mitigasse os efeitos da volatilidade e da alta abrupta dos preços externos, propiciando período de estabilidade de preços aos seus clientes.
No entanto, a consolidação dos preços de petróleo em outro patamar, e estando a Petrobras no limite da sua otimização operacional, incluindo a realização de importações complementares, torna necessário realizar ajustes de preços para ambos os combustíveis, dentro dos parâmetros da estratégia comercial, visando reequilíbrio com o mercado e com os valores marginais para a Petrobras.
Ciente da importância de seus produtos para a sociedade brasileira, a companhia reitera que na formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente.
Transparência é fundamental.
De forma a contribuir para a transparência de preços e melhor compreensão da sociedade, a Petrobras publica em seu site informações referentes à sua parcela e dos demais agentes na formação e composição dos preços médios de combustíveis ao consumidor.”