A cúpula dos BRICS decidiu introduzir seis novos parceiros comerciais no bloco de países emergentes. Esses países são Arábia Saudita, Irã, Argentina, Etiópia, Egito e Emirados Árabes Unidos. Essa decisão é importante para os interesses geopolíticos do Brasil e tem impacto nos interesses do agronegócio.
Existe um jogo complexo no mundo hoje em que alguns países emergentes querem deslocar a dependência do dólar nas transações internacionais. Hoje o dólar continua sendo a moeda dominante, mas já há iniciativas de transações econômicas sem o dólar, usando a moeda chinesa, o rublo russo ou a rúpia indiana. Países de tamanho médio ou até grande da economia mundial têm interesse em se livrar dessa dependência do dólar, como Índia, Rússia e Arábia Saudita.
O pano de fundo dessa questão é uma disputa de poder pela hegemonia do mercado e da liderança política mundial entre os Estados Unidos e a China. É uma disputa entre Oriente e Ocidente. De um lado estão os aliados dos Estados Unidos e Europa. Do outro lado está a liderança do eixo da China, acoplada aos interesses da Rússia e do Irã. Eles têm alguns interesses contraditórios, mas formam um bloco virado para o mal: China, Rússia e Irã.
O jogo das relações internacionais é bruto. É uma briga de cachorro grande, como se diz. Não existe bonzinho. É um jogo de interesses explícitos e retaliações a quem não cede aos interesses de quem manda. E no BRICS, a China provou que manda.
Veja o comentário completo de Paulo Moura no quadro Análise da Tarde:
https://www.youtube.com/watch?v=k2A9CGRs0_E