A DATAGRO Grãos revisou para baixo a sua estimativa para as exportações brasileiras do complexo soja em 2024, tanto em termos de volume quanto de receita, intensificando as indicações de retração ante 2023.
“Resultado de novos cortes na estimativa de produção e recuos nas projeções dos preços FOB de exportação médios em todo o complexo soja”, indicou Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da consultoria.
De volume, estima-se 113.000 milhões de toneladas, queda de 10,90% na comparação com o ano passado. “Ainda assim, o segundo maior da história”, indica França Junior.
Leva-se em conta a estimativa de embarques de 88.000 milhões de toneladas de soja, queda de 13,60% na comparação com o ano anterior; 23.000 milhões de toneladas de farelo de soja (+ 1,70%) e 2.000 milhões de tonelada de óleo de soja (- 14,90%).
No que diz respeito à receita, os números iniciais estimam US$ 51.095 bilhões, o que representaria uma queda de 24,20% em relação a do ano que passou.
Seriam US$ 38.720 bilhões decorrentes das vendas de soja em grão (- 27,40%); US$ 10.465 bilhões das vendas de farelo (- 9,10%); e US$ 1.910 bilhão das vendas de óleo (- 25,20%).
“Além dos volumes menores, a estimativa de limitação nos ganhos de receita acontece também por conta da estimativa de preços médios caindo”, informou o líder de conteúdo da DATAGRO Grãos.
A atual estimativa para a safra a ser colhida neste ano é de 147.571 milhões de toneladas, 8% abaixo das 160.834 milhões de toneladas colhidas em 2023, volume recorde. “Resultado da combinação de aumento em 3% na área plantada, positiva tecnologia utilizada nas lavouras, mas quadro climático amplamente irregular e problemático”, informou França Junior.
Essa indicação de queda da receita do complexo soja tende a resultar também em redução na participação das exportações do setor na pauta geral do Brasil para 15,50%, contra 19,80% em 2023, abaixo dos 16,20% da média dos últimos 10 anos, sendo a menor desde os 14,80% registrados em 2019.
Para chegar a essa estimativa de participação, considera-se uma retração na estimativa para as exportações totais do País, que cairiam para US$ 330.000 bilhões, queda de 2,90% em relação a 2023.