Kiev (Reuters) – A Ucrânia pode perder vários milhões de toneladas de grãos por causa das inundações causadas pela destruição da represa de Kakhovka, no sul do país, disse o Ministério da Agricultura ucraniano nesta quinta-feira.
“Sem uma fonte de abastecimento de água, é impossível cultivar vegetais. Grãos e sementes oleaginosas serão cultivados usando um modelo extensivo com baixos rendimentos”, disse o ministério em comunicado.
O ministério disse que a destruição da represa inundou dezenas de milhares de hectares de terras agrícolas no sul da Ucrânia e pode transformar em “desertos” pelo menos 500.000 hectares de terras que ficaram sem irrigação.
O ministério disse que as terras inundadas exigirão uma avaliação agroecológica completa da condição do solo e, na maioria dos casos, será necessário aplicar métodos especiais de restauração do solo.
A pasta afirmou ainda que vegetais, melões, grãos e sementes oleaginosas eram os principais produtos cultivados nas terras afetadas.
A Ucrânia é um grande produtor e exportador mundial de grãos e sementes oleaginosas.
A destruição da represa na terça-feira, que a Ucrânia e a Rússia atribuem uma à outra, também impossibilitou a navegação em partes do rio Dnipro e privou Kiev de uma importante rota de exportação agrícola, segundo as autoridades marítimas.
O ministro da Agricultura, Mykola Solsky, também disse que as perdas do setor agrícola podem ser muito maiores do que o esperado anteriormente, pois o desastre causou “anos” de danos à irrigação.
Incêndios florestais queimam em todo Canadá com pouco alívio à vista
(Reuters) – Incêndios florestais continuavam a queimar em todo o Canadá nesta quinta-feira, enquanto o país enfrentava o pior início de temporada de incêndios florestais de todos os tempos, forçando milhares de pessoas a deixarem suas casas e enviando uma névoa de fumaça para as cidades dos Estados Unidos.
Cerca de 3,8 milhões de hectares já foram queimados, aproximadamente 15 vezes a média de 10 anos, de acordo com o Ministro Federal de Preparação para Emergências, Bill Blair. Espera-se que as condições quentes e secas persistam nos próximos meses.
Embora os incêndios florestais sejam comuns no Canadá, não é comum que os incêndios ocorram simultaneamente no leste e no oeste, o que sobrecarrega os recursos de combate a incêndios e força o governo canadense a enviar os militares para ajudar. Centenas de bombeiros dos EUA chegaram ao Canadá para ajudar e outros estavam a caminho.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, culpou a mudança climática. “Esses incêndios estão afetando as rotinas diárias, vidas e meios de subsistência, e nossa qualidade do ar”, disse Trudeau no Twitter.
Alguns dos piores incêndios surgiram na província de Quebec, no leste do país, e mais de 11.000 pessoas tiveram que deixar suas casas.
A temporada de incêndios florestais começou fora de época em Alberta no mês passado e queimou uma área recorde, e a Nova Escócia continua a combater o maior incêndio de sua história,
Em partes da província da Colúmbia Britânica, no Pacífico, que está enfrentando o segundo maior incêndio florestal já registrado, a previsão era de que as temperaturas atingissem 33 graus Celsius nesta quinta-feira, antes da chegada de tempestades e chuvas fortes na sexta-feira.
Rob Schweitzer, diretor executivo da BC Wildfire, disse que os raios poderiam provocar mais incêndios em florestas secas e o resultado depende da quantidade de precipitação que venha com as tempestades.
“Quando 150 ou 200 raios atingem a província em um dia, é impossível ter recursos suficientes para suprimir todos eles”, disse ele.
Os incêndios florestais diminuíram em Alberta, o centro do setor de petróleo e gás do Canadá, mas mais de 3.000 pessoas continuam sob ordens de retirada e avisos de calor estão em vigor no sul da província.
O site de previsão de fumaça BlueSky Canada mostrou a fumaça de incêndios florestais se espalhando por grande parte do país na quinta-feira. A fumaça deve se intensificar em Ottawa, Toronto, Cleveland e Pittsburgh e permanecer densa em outras cidades ao longo da costa leste dos Estados Unidos, incluindo Nova York.
Fonte: Reuters
Canadá continua queimando em uma temporada de incêndios sem precedentes
Os incêndios florestais continuam queimando o Canadá, agora da costa oeste a leste do país. Milhares de pessoas tiveram que deixar suas casas, que foram destruídas pelas chamas, nesta temporada de incêndios que tem sido classificada como “sem precedentes”.
O Canadá continua ardendo em chamas com grandes incêndios florestais queimando descontroladamente pelo país! Em maio noticiamos a triste situação da província de Alberta, no oeste do país, que havia entrado em estado de emergência devido aos incêndios. Infelizmente, quase um mês depois, a situação não mudou muito, os incêndios continuam sendo reportados na província de Alberta e agora queimam também nas províncias no leste do Canadá!
Esse é o caso de Quebec, onde cerca de 10 mil pessoas receberam ordens de deixarem sua cidade devido aos incêndios. Isso ocorreu na cidade de Sept-Iles, uma cidade na costa de Quebec, quando um incêndio avançou rapidamente, forçando a rápida evacuação da cidade. Cerca de 116 focos de incêndios florestais seguem ativos na província.
Até mesmo a pequena província da Nova Escócia, que é cercada pelas águas do Oceano Atlântico, foi duramente atingida pelos incêndios. Aproximadamente 200 casas foram destruídas pelo fogo e cerca de 20 mil moradores foram deslocados da capital da província, Halifax . O maior incêndio da província, o Barrington Lake Fire, na costa sul, queimou mais de 20 mil hectares, tornando-se o maior incêndio registrado na Nova Escócia!
Apesar de não serem incomuns, os incêndios no leste do Canadá geralmente são muito menores que os do oeste. Principalmente na província da Nova Escócia, onde a proximidade do oceano contribui para maiores taxas de umidade, o que desfavorece a ocorrência desses incêndios.
Porém, de acordo com meteorologistas da região, a falta de neve no inverno e uma primavera mais seca que o normal criaram condições muito secas no país, incluindo a porção leste. Essa condição de seca, combinada ao calor recorde que tem sido registrado pelo país e ventos intensos, criou condições favoráveis para a ocorrência e disseminação desses incêndios.
O ministro da segurança pública do Canadá, Bill Blair, disse que a ferocidade da temporada de incêndios do início deste ano foi “sem precedentes”, com mais de 1 826 incêndios queimando 2,7 milhões de hectares de terra, o que equivale a mais de 5 milhões de campos de futebol, até o momento.
De acordo com o Copernicus da União Européia, as emissões de gases na atmosfera vindos desses incêndios foram uma das mais altas concentrações já registradas no Canadá em um mês de maio. Em todo o país, a área queimada pelos incêndios em 2023 é mais de 10 vezes a média normalmente queimada nesta época do ano, afirma o ministro da segurança pública.
Muitos dos incêndios seguem descontrolados pelo país. Militares foram enviados para combater as chamas e inclusive mil bombeiros vindos da Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e Estados Unidos foram enviados para reforçar os esforços de combate a incêndios.
Pluma de fumaça chega aos Estados Unidos
A pluma de fumaça oriunda dos incêndios, principalmente da Nova Escócia, tem sido deslocada para sul, pela ação dos ventos, chegando aos estados do nordeste dos Estados Unidos! Na semana passada, a presença dessa fumaça provocou alertas de qualidade do ar no meio-oeste e nordeste dos Estados Unidos, como em Virginia e Maryland.
Nas imagens de satélite da tarde deste domingo (04) é possível enxergar a pluma de fumaça chegando a cidades como Milwaukee, Chicago, Indianápolis e Detroit, vinda principalmente dos incêndios que queimam na província canadense de Quebec.
Os modelos de previsão inclusive mostram que essa pluma de fumaça continuará atingindo os estados americanos do norte e nordeste, podendo inclusive atingir estados mais ao sul. Isso reforça o alerta de má qualidade do ar para essa região nos próximos dias.