Em reunião com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), nesta terça-feira (16), o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), destacou que é contrário à invasão de terras privadas e produtivas e disse acreditar na convergência de interesses do setor agropecuário e o desenvolvimento da reforma agrária no país.
O vice-presidente foi enfático ao falar das terras invadidas de forma ilegal. “Invasão não pode ser tolerada por ninguém. Invadiu, tem que desinvadir, cumpra-se a lei. Total respeito a propriedade privada,” defendeu Alckmin.
Mais de 80 parlamentares, membros da bancada, participaram da reunião. Deputados e senadores destacaram que o bloqueio que tem dificultado o entendimento do setor com o governo é o posicionamento ideológico – principalmente, relacionado ao direito de propriedade.
“Isso nos afasta, gera um ponto de preocupação muito grave, e é o que estamos tentando contemporizar em relação a algumas atitudes como a do presidente Lula que xingou representantes do agro de fascista. Isso atrapalha muito o diálogo e a construção de pontes,” disse o presidente da FPA, Pedro Lupion (PP-PR).
Pedro Lupion também destacou a importância do debate acerca do PL do Marco Temporal para demarcação de terras indígenas. “Falamos bastante sobre o PL 490, e já temos o apoio de 300 parlamentares. Não estamos falando só de invasão, estamos falando da inviabilização da produção de um setor que ocupa grande parte do território nacional.”
O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), destacou que é perigoso um clima de disputa dentro do agro, o pequeno contra o grande. “O agro precisa de uma visão integrada para avançarmos cada vez mais na agregação de valor das nossas exportações,” disse.
Em resposta, Alckmin ressaltou que o Brasil tem a agricultura mais competitiva do mundo e, segundo ele, para o setor continuar avançando é preciso estar atento ao protecionismo e ao diálogo. “O agro brasileiro gera riqueza, emprego, renda e balança comercial. Cada um quer defender o seu lado,” explicou.
O vice-presidente reforçou também que a saída para melhorar o custo Brasil é integrar o setor público ao setor privado. “O Brasil é o quinto maior país do mundo, é preciso integrar a logística para continuarmos avançando.”
“Quem puxa esse país hoje está aqui, o agro. Nós somos do diálogo, do entendimento e da construção e tenho certeza que não será diferente na FPA,” ressaltou o senador Zequinha Marinho (PL-PA).
No domingo passado Geraldo Alckmin esteve na feira do MST
Sistema Tributário
Sobre o arcabouço fiscal, o ex-presidente da FPA deputado Sérgio Souza (MDB-PR) destacou o tamanho do setor agropecuário, “responsável por 25% do PIB brasileiro”. O deputado questionou a importância dada pelo governo ao agro brasileiro. “O arcabouço fiscal não tem uma vírgula que atenda esse setor, mas tem muito para atender os demais setores, será que o nosso setor não é importante para o governo e para a economia?”.
Por fim, o deputado Maurício do Vôlei (PL-MG), frisou a importância do diálogo entre o agro e o governo. “Esperamos que o senhor seja nosso interlocutor, senhor vice-presidente. Queremos poder dar uma resposta aos nossos eleitores, de que esse setor tão importante mantenha o patamar que ele sempre teve.”
Fonte: Agência FPA
Estadão acusa Lula de usar o MST para se vingar e sugere que petista enganou o país com discurso de frente ampla
Editorial publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira, 16, acusa o presidente Lula de usar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) como instrumento de vingança “contra um Brasil que não se deixa enrolar por sua lábia”.
O jornal criticou a IV Feira Nacional da Reforma Agrária, realizada na cidade de São Paulo entre 11 e 14 de maio, que teve o apoio explícito do Poder Executivo. “Foi um ato político de arrepiar os cabelos de todos os que se preocupam com o respeito à ordem jurídica, em particular ao direito de propriedade, e acreditam que sem paz social, no campo ou na cidade, não haverá a mais tênue chance de o Brasil ser um lugar atrativo para novos investimentos e trilhar o caminho do desenvolvimento sustentável”, constata o Estadão.
onforme o jornal, a presença de integrantes do primeiro escalão do governo no evento deixa claro que Lula quer usar o MST “como instrumento de vendeta”.
“Além da ligação atávica entre PT e MST, a chancela de Lula às práticas do grupo já havia ficado evidente quando o presidente fez questão de levar a tiracolo o chefão do MST, o notório João Pedro Stédile, em sua comitiva durante viagem à China”, lembra o jornal. “Não satisfeito com a mera presença de Stédile no séquito, Lula fez questão de que o arruaceiro figurasse na foto oficial do encontro de cúpula entre ele e o presidente chinês, Xi Jinping.”
Lula, MST e frente ampla
Em outro trecho do editorial, o Estadão diz que, à medida que o tempo passa, “Lula parece cada vez mais empenhado em deixar claro para o país que aquele líder de uma formidável ‘frente ampla em defesa da democracia’ não passou de uma personagem que ele inventou para posar de pacificador de uma sociedade profundamente dividida”.
“Como presidente, Lula se mostrou incapaz, até agora, de assumir suas responsabilidades como chefe de Estado e de governo, além de aumentar a aposta na radicalização em muitas frentes, apenas com o sinal invertido em relação ao seu antecessor, como forma de manter a coesão de seus apoiadores”, afirma o jornal.
Leia também: “O fim do consórcio de imprensa”, reportagem publicada na Edição 150 da Revista Oeste