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USDA reduz produção de soja, aumenta no milho nos EUA. Relatório mais neutro, informa Carla Mendes

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Cotações da soja pressionadas após relatórios USDA, Carla Mendes comenta

Mudanças pouco expressivas
Relatório USDA chegou sem grandes movimentações, como já era esperado, com números bem alinhados com o mês de setembro. Mercado agora vai caminhar de lado e se estabilizar depois dessas semanas intensas e instáveis em Chicago.

Mudança pouco expressiva na soja, com apenas 100 mil toneladas a menos na estimativa para produção norte-americana, saindo de 124.8 para 124.7 milhões de toneladas. Sem alterações nos números dos estoques finais, que permaneceram estimados em 14.97 milhões de toneladas.

Cenário global
No cenário global, a produção mundial de soja foi estimada em 428.9 milhões de toneladas, o número em setembro era de 429.2 milhões. Estoques finais também mudaram muito pouco, indo de 134.58 para 134.65 milhões de toneladas.
Números trouxeram quase uma cópia do relatório de setembro, com um ajuste fino nos quadros americano e global.

Números na América do Sul
No Brasil, ainda uma estimativa de safra de 169 milhões de toneladas, algo prematuro, sendo o primeiro número do USDA, não sofrendo nenhuma alteração em relação aos outros boletins. A produção Argentina foi estimada em 51 milhões de toneladas.

Importações chinesas
As importações da China foram estimadas em 109 milhões de toneladas.

Expectativas no cenário
Esse primeiro número do USDA vem em condições pré-plantio, onde as plantações nem haviam sido iniciadas. Temos um atraso significativo nos estados produtores que compõe a oferta nacional, principalmente em Mato Grosso, maior estado produtor, que impacta todo o mercado.

A maior preocupação agora é com as janelas da segunda safra, que serão mais curtas, para quem produz milho e algodão na sequência da soja. Ainda é cedo para entendermos o potencial produtivo da soja 24/25. Se as chuvas se confirmarem, teremos um ambiente favorável e com boas condições para o plantio avançar. Ainda é prematuro falar em 169 milhões de toneladas, mas bem alinhado com as consultorias privadas.

Custo nas próximas safras
Os custos dessa safra se formaram de forma heterogênea, por exemplo, as sementes e defensivos tiveram um custo mais elevado, já os fertilizantes um custo mais equilibrado. O custo do frete, principalmente pelos conflitos do Oriente Médio, mas por uma combinação de fatores no geral, aumentou de 15% a 20%, o que também impacta diretamente o comércio de agropecuária global.

Demanda
A China ainda domina o mercado de demanda, sendo uma constante. A demanda chinesa não veio crescendo tão intensamente como nós observamos no passado, mas ainda sim existe uma evolução.

Falamos de importações chinesas historicamente altas, cerca de 109 milhões de toneladas, tendo o Brasil como principal origem exportadora. A infraestrutura logística brasileira ainda é limitada, mas vem sendo “driblada” e ainda conseguimos escoar um grande volume de soja. A demanda interna absorve uma grande parte, sendo muito forte. A china vive um cenário de deflação, o que faz com que o consumo seja diminuído. O ponto determinante será o pacote de investimento do governo chinês, que vai impactar diretamente no mercado.

Milho
A produção aumentou de 385.7 para 386.2 milhões de toneladas. Estoques finais de milho global em 306,5 milhões, contra 308,3 milhões estimados pelo USDA em setembro.

Trigo
Segundo o USDA, estimados para o trigo em 257.7 milhões, aumento leve em relação aos 257.2 milhões calculados em setembro pelo departamento americano de agricultura.

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